Saúde
Riscos dos antibióticos: mais chances de tendinite e ruptura no tendão
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Nenhum remédio é livre de efeitos colaterais. Alguns, contudo, por serem mais potentes, podem causar efeitos secundários muito sérios para a saúde do paciente.
Os riscos dos antibióticos, por exemplo, já são bastante conhecidos pela comunidade médica, especialmente dos fluoroquinolonas, indicados especificamente para tratar infecções bacterianas graves.
Devido às suas reações no organismo, muitos atletas que estão se tratando com esse medicamento devem ter um cuidado redobrado no treino, pois o seu consumo aumenta o risco de desenvolver tendinite e até mesmo causar a ruptura de tendão.
Para que serve o medicamento?
As quinolonas podem ser usadas para tratar infecções de diversos sistemas no organismo, como no aparelho genito-urinário, gastrointestinal, respiratório, osteomielites e na pele.
Por serem drogas muito fortes, seu uso é recomendável para combater bactérias que mostrem ser resistentes a outros antibióticos. Sua prescrição, contudo, é feita muitas vezes de forma inapropriada, colocando em risco a saúde de muitos pacientes.
Quais os riscos dos antibióticos?
Sobre a relação do uso dos remédios com a tendinite e a ruptura dos tendões, a ortopedista Lenina Matioli explica que o mecanismo da lesão ainda não foi totalmente esclarecido.
“A hipótese mais considerada é que essa classe de drogas poderia reduzir a síntese de colágeno dos fibroblastos, que são células estruturais do tendão, e deixar a estrutura mais fragilizada, levando à sua ruptura”, diz ela.
Entre os atletas, e em especial os corredores, o risco maior de lesão se dá no tendão de Aquiles, o mais potente do corpo humano e um dos mais solicitados nas passadas.
E os riscos não desaparecem quando se encerra o tratamento. De acordo com pesquisas, os problemas podem aparecer semanas, meses ou até mesmo anos depois.
Outros riscos
Segundo Lenina, existem outros efeitos colaterais das fluoroquinolonas até mais graves do que esses.
Um estudo publicado no The Journal of the American Medical Association, por exemplo, mostrou que pessoas que fazem uso desses medicamentos têm cinco vezes mais chance de sofrer um descolamento de retina, além de terem um significativo aumento no risco de falência renal.
Contudo, esse não é um alerta para que essas drogas não sejam mais prescritas. “Não apenas esses, mas no caso de qualquer outro remédio, do mais simples ao mais complexo, deve-se indicar a sua utilização quando os benefícios suplantam os riscos”, afirma a ortopedista.
O que a médica quer dizer é que um paciente com uma infecção grave e resistente, que mostre ser sensível apenas a uma fluoroquinolona, deve ser tratado com essa classe de antibiótico, apesar das possíveis reações. “Em alguns casos, as medicações com efeitos colaterais mais intensos são as únicas escolhas possíveis”, esclarece.
Porém, se existe uma alternativa com um grau de risco menor, ela deve ser escolhida.
“Antes de iniciar o tratamento de uma infecção, o ideal é que se peça um antibiograma, que é um teste que indica a quais antibióticos a bactéria causadora da infecção é sensível”, sugere.
“A partir deste resultado, o médico deve escolher a droga correta, sendo de responsabilidade dele avaliar o perfil do paciente e os efeitos benéficos e colaterais da medicação para uma prescrição o mais segura e correta possível”.